domingo, novembro 09, 2008

Vai ser assim: O "post" será dividido em duas partes. Começo com a resenha do show do REM no Rio e fecho temporariamente com essa. Terça ou quarta - eu completo o blog com a resenha dos shows em São Paulo e os outros conteúdos tradicionais desse espaço, ok ? Vamos ao que interessa então:


SHOW DO REM - RESENHA
08/11/2008 - HSBC ARENA - RJ
22:00 hs.


São 10:30 hs de domingo, acendo um raro "John Player Special", oriundo de Portugal e sento-me para destilar o que meus olhos, coração e ouvidos sentiram há horas atrás...

Chego ao espaço acima por volta de 21:30hs. Caminho direto para área VIP. Lá encontro o músico que faria a abertura do show Fernando Magalhães e sua banda. Acompanhei três músicas apenas com direito a cover de Paul McCartney (Wings) e acompanhamento do baixista do Barão Vermelho, Rodrigo Santos. Nada demais...
Aquele entusiasmo típico e raça dos músicos brasileiros. Abertura discreta somente.
A banda saiu do palco pontualmente às 22 hs. Porém, os técnicos demoraram um pouco além da conta para "aprontar" o palco para o trio de Athens. O show começaria somente às 22:34 hs pelo meu relógio.
Tecnicamente a casa oferece um som de qualidade e iluminação satisfatória. O telão da turnê é um "show à parte". Ali se viu uma série de imagens criativas, bonitas e iluminadas. Confesso que meus olhos alternavam no palco e no telão. Som bom e alto. Do jeito que sempre deve ser: bem equalizado e alto.
A banda abriu o show com "Living well is the best revenge" - canção que abre o ótimo "Accelerate" (último álbum da banda, lançado esse ano) seguido da canção "These Days" - clássico de 1986. O público acendeu e entrou no show. A proposta do REM é simples e direta: diversão e rock. Fazem isso há mais de 25 anos...
Deixa perfeita para "What's the frequency Kenneth?" entrar em cena e fazer a platéia gritar e cantar junto. Mike Mills (baixista) introduz "Driver 8" de uma forma visceral. Aquela escala conhecida e apreciada pelos fãs antigos do REM. Segue "Drive", "Man-Sized Wreath" (ótima canção do álbum novo), "Ignoreland" (do aclamado "Automatic For the people") e "Imitation of life" ( cantada a plenos pulmões pelo público). Michael Stipe (vocalista) bem a vontade abusa de suas performances e interatividade sincera com a platéia. Danças, olhares firmes e contato visual direto com as pessoas...Cada aproximação de Michael é o suficiente para alvoroçar os fãs. Para a minha surpresa, a banda anuncia "Exhuming McCarthy" (um sonzão do "Document" - lançado em 87). Essa eu não esperava. Juro. Seguem "Hollow Man" (do disco novo), "The Great Beyond" (do filme "Man on the Moon") e "Everybody Hurts". Teve muita gente barbada chorando com essa última, hein ? De fato a execução foi muito especial. Introspectiva, emocionante e bem desempenhada pela banda. Um dos "destaques" da noite. Após lágrimas vieram "She just want to be", "The one I live" (obrigatória) e "Sweetness Follows". Muita gente da platéia gritavam músicas da banda e o nome de Obama (novo presidente dos EUA). Michael fez um pronunciamento aliviado com a eleição do senador de Chicago. Todos aplaudiram. De repente - a banda reúne-se no lado esquerdo como se fosse uma "jam session" privada. Era a canção "Let me in" (feita em memória de Kurt Cobain - amigo pessoal de Michael). Algumas pessoas não entenderam o distanciamento da banda em relação ao público. Mas, a banda fez uma singela homenagem ao amigo morto em 94. De costas para todos e mesmo assim foi emocionante. Todos aplaudiram mais uma vez. A essa altura o jogo estava ganho e na mão da banda. REM realiza shows diferenciados, ímpares e com extremo carisma. Parece uma seleção nacional representando seu país. Trocando em miúdos: tem ali o que há de melhor em cada instrumento. A junção gera uma química sinérgica com os fãs. Todos saem satisfeitos com o show apresentado pelos caras. Fato.
"Bad Day" é executada com muita energia e dedicação. "Horse to water" (outra do disco novo) é aprovada ao vivo. A canção passa fácil pelas lições básicas do bom rock. Está tudo ali. "Orange Crush" (outro petardo clássico do "Green) começa diferente. Apenas bateria e baixo. Sem dar pistas. Michael canta com o famoso "megafone" na mão. Essa é mais uma que empolga as pessoas. Aproveitando o momento "up" do show, a banda fecha o bloco com a urgente e obrigatória canção: "It's the End of the world..." Eu não me arrisco a dizer que a canção foi cantada do começo ao fim por todos, pois a letra é enorme e muito difícil de entender. Mas todos "embromaram" até o famoso refrão. A banda sai de cena.
As pessoas começam a gritar o nome da banda. Exigiam a volta da banda. No telão - mensagens provocativas ao público: como "Não estamos ouvindo" ou "REM loves Rio" etc...
A banda retorna ao palco e começa com "Supernatural Superserious" (canção-chefe do álbum novo) e a galera delira cantando do começo ao fim (essa sim...Rsrsrs). Logo vem a mais famosa música da banda: "Losing my religion". Uma epifania total. Eu, que não sou bobo nem nada e conheço muito bem a banda já sabia o que viria. Bastou o "roadie" dar o bandolim para Peter Buck - e já matamos a charada.
O guitarrista, por sinal é bem contido e não provoca o público. Já Mike Mills e Michael Stipe provocam, incentivam e desfilam para os fãs. Tanto de cima do palco como de perto, no gargalo dos "VIPs". Fiquei a dois metros de Michael em um de seus rompantes e movimentos em nossa direção.
"Nightswimming" conquista com seus teclados e lirismo puro. Mike Mills faz uma parceria com Michael feito "piano bar" e emociona mais uma vez. Chega a vez da canção "Animal" (fora de todos os discos oficiais, mas feita como single). Gosto muito dessa canção. E ela é extremamente eficiente ao vivo...
Falta o desfecho dourado: "Man on the moon". A expressão "Yeah" é ditada pela banda com as mãos e todo mundo acompanha. Do começo ao fim. Essa famosa canção do "Automatic for the people" - entoa por todas as vozes e mentes presentes ao show. Pungente, linda e etérea. A banda faz uma demorada despedida com a certeza de mais um dever cumprido. E estava mesmo. Pouco mais de 2 hs de show respeitaram e encantaram milhares de pessoas que ali estavam...A banda continua em forma. Foi um grande show.
Eis o set-list oficial:

1. Living Well Is the Best Revenge
2. These Days
3. What's the Frequency, Kenneth?
4. Driver 8
5. Drive
6. Man-Sized Wreath
7. Ignoreland
8. Imitation Of Life
9. Exhuming McCarthy
10. Hollow Man
11. The Great Beyond
12. Everybody Hurts
13. She Just Wants To Be
14. The One I Love
15. Sweetness Follows
16. Let Me In
17. Bad Day
18. Horse To Water
19. Orange Crush
20. It's the End of the World As We Know It (And I Feel Fine)

Bis

21. Supernatural Superserious
22. Losing My Religion
23. Nightswimming
24. Animal
25. Man On The Moon

Algumas curiosidades acerca do show: a banda modificou em cima da hora o set-list. Saíram "Fall On Me", "Auctioneer" e "I believe". Entrou "Nightswimming" somente.

A cerveja que Michael Stipe bebia era da marca "Itaipava". Ele aprovou. Ao vivo e a cores.

Uma amiga conseguiu enxergar um momento "tosco" no show. Segundo ela - Michael "pagou cueca" a uma certa altura do show. Era uma samba-canção. Ok...Ok...Desnecessária essa informação...Fazer o quê ?

Fico com a frase perfeita na saída do show: Existem shows e existe REM. Foi mais uma noite de REM puro...

É isso aí !!!!! Terça-feira tem mais...Muito mais...





YEAH !!!!!!!!!

9 Comments:

At 1:49 PM, Blogger Unknown said...

Eveybody Hurts... ñ tem como ficar sem chorar. E vc esqueceu de mencionar q iniciou uma amiga, mostrando o q é um show e principalmente o q é um show do REM.

YEAHH!!

 
At 6:22 PM, Blogger  said...

contagiante.
excelente.
lindo.

posso sim dizer, que foi maravilhoso.


esse, vai ficar guardado pra sempre na memória, e no coração...

 
At 6:23 PM, Blogger  said...

esse é pra vc negar...

é só pra reclamar q é chato esse negócio de aprovação de coments! :p

 
At 11:58 AM, Blogger Fábio Maia said...

"The One I LOOOOOOve"... acerta lá!

; )

Enfim... tirando a implicância inicial... acertado mesmo tá o seu relato!

Passou direitinho a emoção do show.

Showzaço, por sinal!

Parabéns, Seu Rocha.

Abs!

 
At 4:33 PM, Blogger L. Rocha said...

Ops..."The one I love"...

Tens razão. Desculpem-me.

abs

 
At 5:56 PM, Blogger  said...

ei... cade meu comentário? :(

 
At 1:48 AM, Blogger Unknown said...

Não é "Yeah!" que ele canta em "Man On The Moon"... é "Hey babe!" imitando Elvis Presley...

"Hey Andy, are you goofing on Elvis? 'Hey baby'
Are we losing touch?"

Mais um show antológico deles. Bom demais... bom demais.


P.S.: DRIVER 8!!!!!!!!!!

 
At 7:10 PM, Blogger L. Rocha said...

Droba: Desculpe, querido, mas não me refiro ao pedaço destacado por vc...Todos os versos primeiros são seguidos de "yeah, yeah, yeah, yeah". Isso posso garantir-lhe.

Obrigado pela colaboração.

Valeu...

 
At 1:02 PM, Blogger Renata Alves said...

Olá Leo!
Diretamente de Sampa...
Sobre o show do RJ, falou um adendo: o "selinho" Mills/Stipe no final de "Nightswimming"... Glorioso! Pena q não foi repetido em SP, 11/11.

Sobre a cueca do Stipe: sim, é verdade, são do modelo samba-canção, xadrezas, azul/branco num dia, vermelha/branca no outro, como pude constatar da área VIP de SP. Não foram exatamente um "paga-cueca", mas dá p/ ver o elástico logo acima do cós do jeans... ;-P

E, finalmente: existe R.E.M.. Ponto.

Bjs!

Renata Alves

 

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